domingo, 8 de junho de 2008

*** O SELF SATÂNICO ***


"É um pensamento aterrador que o homem tenha uma sombra a seu lado, composta não só de pequenas debilidades e fobias, mas também de um dinamismo positivamente demoníaco. O individuo raras vezes sabe algo sobre isso; para ele, como individuo, é incrível que, sob certas circunstâncias, ele possa ir para mais além de si mesmo" - Carl Jung

Satan, o Inimigo. O Acusador. O Portador da luz. O Portador do Mal. Quem é esta pessoa que chamamos de Diabo? Possui muitas definições, que vão desde as crenças teológicas até as filosóficas.

Há alguns que pensam em Satan como um ser antropomórfico. Uma besta com chifres comandante das legiões seu Império Infernal, empenhado em desgraçar a humanidade por meio de tentações carnais e materialistas. Outros dizen que Satan é a Força Obscura da Natureza que permeia e motiva toda a nossa realidade. Uma força que é completamente intangível, um mistério total para a ciência. Pessoalmente, não encontro mistério algum no que é esta força, eu simplesmente creio que Satan não é mais do que um componente da psique humana. Um aspecto da mente do qual devemos ter plena conciência, chegar a um acordo, e exercitá-la para assegurarnos desta maneira, uma vida saudavel e produtiva. É mais do que seguro que Satan não é um espírito, a "Força Obscura da Natureza", não é nem um ente corporal. Satan é uma parte de nossa própria mente e um mecanismo essencial desta. LaVey tem razão quando assegura que "Satan é uma reserva intacta, da qual muito poucos podem tirar proveito pois não têm a capacidade de utilizá-la como ferramenta sem antes fragmentar e classificar cada uma destas partes que a formam". Veremos estão, o Satan psicológico.

Sigmund Freud delineou, em suas obras, os modelos separados da mente. Seu primeiro modelo, o modelo topográfico, dividía a mente em três partes, ou 'regiões' -consciente, pré-consciente e inconsciente dinámico. Seu último esquema também se divide em três, os famosos Ego, Superego e Id. O Superego é uma simples agência de proibições, um censor para cada vez que o Ego busca pressionar o indivíduo e descarregar suas emoções instintivas, ou como chamamos, impulsos. O Ego por sua vez decide, e faz planos para satisfazer nossos desejos. Nesse esquema, o Id é a origem de todos os nossos desejos principais de autopreservação e autoengrandecimento. Neste sentido, ele poderia ser análogo a nossa noção de "Self" ou "Eu"Satánico porém, uma vez mais, este conceito psicológico é incompleto e limitado.

O Self Satânico alcança a seu vislumbramento e é elucidado por Carl Jung, um dos colegas de Freud. Sim, contudo primeiro devemos dar uma mirada em nossa noção de "Ser" (ou "Eu" ou "Self"). Para Jung, o Self faz sua melhor simbolização em uma mandala (círculo). Este símbolo universal representa o equilíbrio e a plenitude que se alcança quando temos plena conciência de nosso Eu Supremo.

Desafortunadamente, tal coisa geralmente é deixada passar, e o indivíduo necessita passar por uma etapa denominada 'morte psíquica'. Se entrar no estado de Nirvana o indivíduo não terá motivação alguma para viver, uma vez que alcançou a meta máxima de sua vida. O processo progressivo de identificar o Self se denomina 'Individualização'. No Inconsciente Coletivo ( a parte hereditária da mente onde estão contidos os arquétipos), o Self é o arquétipo máximo e está acompanhado por outros quatro arquétipos: a alma, o animo, a pessoa e a sombra. Por enquanto não nos cabe ver os outros arquétipos, nos limitaremos a examinar o arquétipo conhecido como a "Sombra".

No modelo mental elaborado por Jung a Sombra representa o 'inconsciente pessoal', o lugar onde ficam nossos medos e fobias mais internas. Também, por sua natureza inerente, a Sombra carrega nossa energia emocional, instintiva, biológica, sexual e criativa. Devido a estas características, a Sombra tem sido vista como 'má' e renegada para o 'lado negro' de nossa personalidade. Algumas pessoas ignoram por completo que possuem esta faceta em si mesmos, e terminam reprimindo-a em sua própria vida.

As pessoas geralmente enxergam a natureza da Sombra 'nitidamente' nas ações e personalidades dos outros, e não em sí mesmos. Vêem nos demais coisas como quimeras irreais ou fantasias, e abandono sexual - eles possuem, luxúria, ira e avareza porem se negam a admitir que também os têm e os praticam nas mesmas tendências, impulsos e necessidades em si mesmos. Isto é assim porque e para que se sintam como se não praticassem "mal" algum, crêem que nada disso eles praticam e assim carregam cegamente o título de 'boa gente', o "bem" está os privando em uma forma toda autocrítica. A Sombra entretanto não é, sob nenhuma circunstância, um aspecto completamente daninho de nossa mente; e sim como todo o resto possue propriedades tanto benígnas como malignas.

Afortunadamente para nós as propriedades malignas somem por completo quando deixamos de negar nossa Sombra. Em circunstâncias extremas, não reconhecemos que éste arquetipo pode levarnos a situações onde estejamos vulneraveis ao que se denomina 'mentalidade das massas' ou 'histeria coletiva'. (por exemplo, distúrbios, partidos de um jogo de futebol, seguir a multidão) e a propaganda (por exemplo, os meios de comunicação em tempos de guerra, algumas intituições religiosas, etc) Não podemos reconhecer que o que fazem os outros indivíduos, grupos e culturas 'inimigas' é provavelmente o mesmo que nós fazemos. Preferimos assim enganarnos e viver em uma ilusão de que é a massa que faz isso e não você. Uma ilusão de que "eles", e somente "eles" estão equivocados. Isto se conhece com o nome de "infecção coletiva" e creio que o remêdio é uma cura intelectual.

Segundo Jung, se somos conscientes da Sombra, estaremos imunes as infecções morais, virus cognitivos, memes e insinuações. Jung se expressou melhor falando sobre a Sombra quando disse -" O ser conciente a si próprio implica em reconhecer os aspectos obscuros da personalidade como presentes e reais. Este ato é una condição essencial para qualquer tipo de autoconhecimento e, portanto, correga uma resistência consideravel".

Finalmente, a Sombra é uma visão de nossas deficiências e vantagens subjetivas e raízes primordiais -os instintos e energías que carregam a propagação de toda a forma de vida. É imperativo que se permita que este arquétipo se liberte e se incorpóre em nossa mente consciente para podermos crescer como individuos. Então, as cadeias da hipocresía se soltarão e seremos imunes aos falsos ideais. Esta é a revelação do Self satânico.

Há algumas linhas atrás eu disse que devemos ser conscientes, chegar a um acordo e exercitar esta entidade psicológica. Então isto nos leva a outra pergunta -Depois de nos darmos conta e de termos obtido o conhecimento necessário, de que esta faceta nossa existe, como chegamos a um acordo com ela e como começamos a exercitá-la? Sem um esforço consciente este proceso poderia levar muito tempo e pode ser que não receba a estimulação desejada. Em alguns casos, há pessoas que estão 'bem sintonizadas', ou 'ligadas' com seu lado negro e vivem sua vida normalmente. Pessoalmente, creio podemos nos sintonizar e falar conscientemente com nosso inconsciente através de símbolos. Isto pode se manifestar através de estímulos apropiados, que podem incluir fantasías, auto-hipnosi, e rituais. Há um documento da Church of Satan, dirigido à "Juventude Satânica", onde se lê: "Teu demônio guía está em seu interior -não busque fora. Somente tem que reconhecer essa parte de ti mesmo e escutá-la" Nada podría estar mais perto da realidade e resumir minha opnião de melhor maneira.

A carta continua descrevendo uma ritual solitário no qual o participante intenta sintonizar a sí mesmo com esse demônio guía. Diz assim: "Aquí está um ritual muito poderoso que pode fazer esta mesma noite, e tudo o que necesitá é um lugar tranquilo onde possa ficar sozinho, um Baphometem frente de tí, e uma vela negra: Acenda a vela e coloque-a na sua frente. Sente-se direito, respire profundamente e relaxe. Livre tua mente de todo o pensamiento exterior. Fique a observar fixamente a chama , e diga em tua mente ou em voz alta, 'Estou preparado, Oh Senhor da Escuridão. Sinto tua fuerça em meu interior e desejo que tu entres em minha vida. Rege Satan!' " Por acaso não é este o próximo passo, decidir aceitar a força em nossa mente consciente? Certamente, no final deste ritual pessoal a pessoa terá dado um passo para falar com o "Self Satânico. Satan assim representa em todos os nosso rituais satânicos um arquêtipo e não um ser, uma representação de nossa própria sombra interna. Neste simples rito por exemplo há um processo de reconhecimento aliado com a força cognitiva da simbologia de Satan.

O terceiro passo é exercitar o Eu Satânico, pode ocorrer de duas maneiras. A primeira é vivendo através da incorporação completa desta entidade em nossa mente consciente. Para alguns, esta meta é difícil de se alcançar e alguns possuem certa insegurança sobre quando se há alcançado. Crei que quando uma pessoa já atingiu o objetivo ela não necessita perguntar se conseguiu ou não, siga sua intuição. O segundo método se baseia nos rituais. Na câmara ritual, pode-se ignorar interferencias exteriores e converter-se em amo e senhor de seu próprio universo sentir-se melhor sobre certas situações e sobre sí mesmo. Algumas personas decidem não utilizar rituais e deciden viver seu próprio estilo de vida Satânico. Esta é uma decisão completamente pessonal e nenhum método é melho ou mais crivel que outro, sem antes passar primeiro por uma experiência pessonal. E é 'bom' ou 'correto' somente se funciona para ti.

Conlcluindo, permíta-me reinteirar a importância do Eu Satánico. Durante muito tempo as religiões tem defendido a repreção desta força interna para seu próprio benefício. Fazer isso não só é algo daninho, masoquista e desevolutivo como também causa um estado de depreção objeta, confusão e conflito para a humanidade em nível individual e social. Esta prática de negação e ignorancia do Eu Supremo ensina o ser humano a não confiar em si mesmo, coloca todo o controle nas mãos de forças externas e imaginárias e nas autoridades que estão, supostamente, em contato com elas e mergulha de cabeça na mente na conformação das massas. Será mais um seguidor de multidão que não possui nenhum poder sobre sí mesmo.

Nossas forças residen em nossa própria mente e não em um "Céu" , "Nirvana", "Infierno", etc. As coisas mais importantes que alguém pode fazer na vida é dar-se conta disto e tomar as decisões do verdadeiro "Deus", aquele que reside em teu interior, o deus que é você mesmo. Esta fuorça divina tem muitos aspectos, dessas o Eu Satânico é só uma delas. No campo da Programação Neuro-Lingüística, essas múltiplas personalidades (não confunda com o trastorno que requer tratamento clínico) são consideradas um passo evolutivo no avanço mental coletivo da humanidade. Há muitos componentes em nosso Ser, e ao escutá-los e incorporá-los nos convertemos em nossos verdadeiros Amos.

De fato, ser teu próprio Amo é o primeiro passo para dominar o mundo que te rodeia. Esse é o caminho da Mão Esquerda..

Extraído do Morte Súbita



Fique na Luz Divina !!!

*** PARA FORTALECER A VONTADE ***


Textos e Fragmentos Teosóficos
Sobre Uma Tarefa Fundamental

Os textos a seguir são material para uma leitura e uma releitura feitas de modo calmo e reflexivo. Eles são divulgados eletronicamente, mas vale a pena colocá-los no papel, sublinhar, e anotar. O tema não é fácil. O estudante deve lembrar sempre que enquanto a intenção não for pura e elevada, é melhor ela que seja fraca.
Assim, pelo menos, a derrota e a queda serão menores.
Antes que a intenção se fortaleça, ela deve ser responsável, constante, e deve estar definitivamente voltada para o mundo do altruísmo e da verdade universal. A intenção vitoriosa é inseparável da ética e da fraternidade.

1. A Vontade e o Desejo.
Helena P. Blavatsky

A vontade é uma posse exclusiva do ser humano neste nosso plano de existência. Ela o distingue do animal, no qual só o desejo instintivo está desperto.

O Desejo, no seu sentido mais amplo, é a força criativa única do Universo. Neste sentido, não há diferença entre ele e a Vontade; mas nós, seres humanos, nunca conhecemos esta forma de Desejo enquanto somos apenas humanos. Portanto, a Vontade e o Desejo são considerados aqui como conceitos opostos.

Assim, a Vontade é fruto do que é Divino, do Deus no ser humano; o Desejo é a força que movimenta a vida animal.

A maior parte dos humanos vive no desejo e através do desejo, confundindo-o com a vontade. Mas aquele que quiser vencer deve separar a vontade do desejo, e fazer com que sua vontade predomine; porque o desejo é instável e muda o tempo todo, enquanto a vontade é firme e constante.

Tanto a vontade como o desejo são absolutamente criadores, e formam o ser humano e também o ambiente ao seu redor. Mas a vontade cria de modo inteligente, e o desejo cria de modo cego e inconsciente. O homem, portanto, faz a si mesmo à imagem dos seus desejos, a menos que ele crie a si mesmo segundo o modelo do que é Divino, através da sua vontade, que é um produto da luz.

A tarefa do ser humano é dupla: despertar a vontade, para fortalecê-la pelo uso e pela vitória, tor ná-la capaz de gover nar com poder absoluto em seu corpo; e, ao mesmo tempo, purificar o desejo.

O conhecimento e a vontade são os instrumentos para obter esta purificação.



2. As 22 Regras Herméticas Sobre Vontade.
The Theosophical Movement
Queira e Tenha.

I- Na ordem da sabedoria eterna, a vida tem como meta, com seus inúmeros testes, promover o treinamento da Vontade. Não querer e não agir é tão fatal para o homem quanto fazer o mal. Como um deus, o homem deve trabalhar o tempo todo.

II- Nas diferentes etapas da vida, é através da Vontade que a inteligência prefere mostrar-se. A Vontade é sagrada, se a percepção é justa.

III- Afirmar aquilo que é verdadeiro, e querer o que é justo, é criar. Afirmar e querer o contrário, é destruir.

IV- Quando o homem descobriu a Verdade e quer produzir Justiça, nada pode resistir a ele.

V- Para saber se um homem é, ou tem sido feliz ou infeliz, descubra em que direção está voltada a sua vontade.

VI- Uma corrente de flores é muito mais difícil de romper do que uma corrente de aço.

VII- A vontade do homem justo é a imagem da vontade Divina, e é uma energia que fortifica a si mesma. Ela é dominante em situações emergenciais.

VIII- As inteligências cuja vontade é desequilibrada são como abortos da Natureza.

IX- Aceite que um mal relativo pode ser um meio de chegar ao bem absoluto; mas não o queira, e nunca o faça.

X- Para adquirir a capacidade de sempre dominar a si mesmo, é necessário que você queira com paciência durante um longo tempo.

XI- Enfrente o leão e o leão terá medo de você. Saiba como governar a dor, e a dor se transformará em felicidade.

XII- Antecipe a morte psicológica através da devoção. Isto não é negatividade, mas é a apoteose de uma vontade sublime e o prêmio da posse de uma vida eter na.

XIII- Passar sua vida querendo e buscando bens perecíveis é dedicar-se à eternidade da morte.

XIV- Querer o mal é escravizar-se à morte. Uma vontade perversa é o começo da auto-destruição.

XV- Querer o bem com violência é tão injusto quanto querer o mal. A violência cria desordem, e a desordem é o alicerce de todo mal.

XVI- Sofrer é trabalhar. Todo sofrimento, aceitado com obediência e resignação, é um progresso conquistado.

XVII- Quanto mais a vontade supera obstáculos, tanto mais poder ela ganha. Assim, a esperança deve unir-se incessantemente à fé.

XVIII- O medo é apenas a indolência da vontade. Os perigos só assustam as naturezas prematuras.

XIX- A luz é um fogo elétrico colocado pela Natureza a serviço da Vontade. A Luz ilumina aqueles que sabem como usá-la, e esmaga aqueles que abusam dela.

XX- Toda vontade que se esforça contra os propósitos Divinos é reprovada pelo Julgamento eter no.

XXI- Quando criamos fantasmas, produzimos vampiros; aquele que se dedica a ações erradas se tor na sua vítima.

XXII- O Império do Mundo pertence ao Império da Luz, e o Império da Luz é o Trono da Vontade. Assim, até certo ponto, à medida que o homem aperfeiçoa sua Vontade, ele pode chegar a ver todas as coisas, isto é, conhecer todas as coisas dentro de um círculo de extensão indefinida. A felicidade é para ele o fruto do conhecimento simbolizado pela árvore central do Éden. Mas a Divindade não permite a colheita deste fruto a menos que o homem tenha completo domínio de si mesmo, e possa aproximar-se dele sem cobiça.


*Os Metais e sua Força:
Conheça um pouco mais sobre a força dos metais na condução das
energias nos processos de cura emocionais e espirituais.

AÇO- Favorece a força, a proteção, a coragem e a ação.

ALUMÍNIO- Favorece a inteligência, viagens e magia com imagens.

BRONZE- Favorece a realidade, o equilíbrio, a cura o dinheiro e a
proteção.

COBRE- Favorece a cura, o amor, o crescimento, as amizades, a
sorte e a prosperidade.

FERRO- Propicia a proteção, magia defensiva, cura força,
recuperação de bens roubados e de centramento.

LATÃO- Propicia a força, o equilíbrio, o casamento, as decisões e
a estabilidade.

OURO BRANCO- Propicia riqueza, estimula a criatividade, a
invenção, a expansão e as mudanças.

OURO- Propicia riqueza, força, prosperidade e vigor, Sua energia é
masculina.

PRATA- Propicia equilíbrio, proteção, sensualidade e misticismo.
Sua energia é feminina.


*As Pedras e sua Força:
O simbolismo das pedras
Os wiccanos utilizam os quatro elementos para elaborar seus feitiços e encantos. Para eles, tudo é vivo. As pedras preciosas têm um simbolismo especial, influindo na vida espiritual dos seres humanos. As pedras têm vida. Os wiccanos acreditam na virtude das pedras, virtudes medicinais, virtudes mágicas.

Nomes - Símbolos - Virtudes


Diamante - Reconciliação e amor - Torna firme os compromissos
Granada - Lealdade e franqueza - Inspira sinceridade de coração
Ametista - Felicidade, fortuna - Inspiração, coragem, afasta a embriaguez
Jaspe - Coragem e sabedoria - Inspira a consciência e a felicidade conjugal
Safira - Verdade e consciência pura - Inspira o arrependimento das faltas cometidas
Esmeralda - Esperança e amor fiel - Permite conhecer o futuro
Ágata - Prosperidade, longevidade - Inspira saúde
Rubi - Beleza, elegância - Preserva das falsas amizades
Opala - Prece, amor terno - Aumenta a felicidade
Topázio - Amor ardente - Evita os maus sonhos
Turquesa - Coragem e esperança - Assegura o sucesso no amor
• Água-marinha - Juventude e saúde - Preserva a felicidade constante



Propriedades das pedras:
A ágata negra preserva dos invejosos e torna os atletas mais confiantes.
A ágata vermelha preserva das picadas de aranha e de escorpião, das tempestades e do raio.
A água-marinha, nos brincos, indica procura de afeição.
O âmbar no pescoço das crianças, como solar, pode protegê-las das convulsões.
A ametista previne contra a embriaguez e contra o veneno, se a imagem do Sol e da Lua nela estiverem gravadas.
O coral preserva contra as epidemias. Ele empalidece quando um ser amado vai desencarnar.
A hematita propicia o vencimento de uma causa.
O jade repele cólicas e doenças dos rins.
O olho-de-gato protege contra feitiço e mau-olhado.
O ônix acalma as pressões noturnas e dissipa os pesadelos.
O peridoto afasta a traição feminina e favorece a amizade.
O rubi destrói as tristezas e os desgostos de amor.
A safira dá saúde, conserva a vista e guarda a castidade.

• O topázio é um talismã contra o ódio e a vingança.


*O Significado dos Pricipais Salmos:
Salmo 2: abrir a visão – intuição, clarividência e poder de cura
Versículo 1 do Gênese: restabelece a harmonia, recupera os direitos e a dignidade
Salmo 6: afasta a tristeza; domina as viagens
Salmo 6 e 7: Obter socorro rápido
Salmo 7: Faz descobrir a verdade, a inocência e desmascara os inimigos
Salmo 8: predispões para bem dormir
Salmo 9: Faz revelações através dos sonhos; descobre a vocação
Salmo 11: Faz as pessoas acreditarem em seu potencial
Salmo 12 e 16: Ajuda a combater os vícios
Salmo 15: Ajuda a encontrar objetos desaparecidos
Salmo 17: Faz obter a vitória sobre uma ação
Salmo 21: Ajuda a manter a ordem e a paz entre os esposos
Salmo 25: Ajuda a encontrar pessoas desaparecidas
Salmo 29 e 70: Ajuda a restabelecer a saúde
Salmo 29: Ajuda a manter o respeito entre pais e filhos e restabelece o amor paterno e filial
Salmo 30: Protege contra os caluniadores; protege contra os feitiços e o poder dos maus espíritos.
Salmo 32: Ajuda a encobrir algo importante (para que algo não seja descoberto)
Salmo 33: Ajuda a aprender tudo mais facilmente e a desempenhar as tarefas que lhe são exigidas
Salmo 36: Ajuda a efetuar as mudanças com harmonia
Salmo 37: Fortalece a memória
Salmo 39: Ajuda a melhorar a inteligência – ajuda a ganhar concurso público
Salmo 53: Proporciona fé e combate a descrença
Salmo 70: Livra do desgosto, do desespero e ajuda a ter paciência
Salmo 79: Ajuda a se destacar profissionalmente e reconhecerem o seu talento
Salmo 87: Faz descobrir a verdade e as coisas ocultas. Ajuda a obediência aos pais. Proporciona a divulgação em jornais e revistas
Salmo 89: Ajuda a ser bem sucedido nos empreendimentos e negócios. Atrai os bons sortilégios
Salmo 90: Protege contra os assaltos (Este salmo pode ser escrito de próprio punho e colocado atrás ou em cima da porta de entrada da residência, ou no carro). Ajuda a descobrir erros e mentiras
Salmo 91: É o mais esotérico dos Salmos. Resolve qualquer tipo de problema
Salmo 93: Ajuda a não se sentir humilhado; ajuda a conviver em paz com as pessoas
Salmo 95: Expulsa os miasmas negativos
Salmo 97: Ajuda a reconciliação conjugal
Salmo 101: Ajuda o casal a obter filhos
Salmo 101, 103, 105, 113: Ajudam a fertilidade
Salmo 102: Ajuda a ter paciência. Ajuda a permanecer no emprego
Salmo 102 e 103: Ajuda a decidir, favorece os advogados
Salmo 104: Faz conhecer a verdade nos processos
Salmo 105: Ajuda a conservar a saúde e a curar as doenças
Salmo 108: Auxilia a confundir os maus e a livrar-se daqueles que querem nos oprimir. Proporciona a paz
Salmo 112: Ajuda os filhos a obedecerem aos pais
Salmo 113: Ajuda a obter prosperidade, auxilia a boa convivência entre o empregado e o patrão
Salmo 114: Mantém a harmonia na família, resolver as questões de heranças e a encontrar o parceiro ideal
Salmo 118: Auxilia a ganhar um processo judicial – torna os juizes favoráveis – favorece as pessoas que desejam ingressar na carreira política – favorece as viagens instrutivas e a encontrar o emprego desejado ou a montar a sua própria empresa
Salmo 119: Ajuda a combater os inimigos da religião
Salmo 120: Protege as viagens e ajuda a viajar com segurança-ajuda a não ter medo da vida
Salmo 130: Ajuda a manter a harmonia e a compreensão entre as pessoas
Salmo 139: Auxilia a confundir os maldosos e caluniadores e a livrar-se dos inimigos
Salmo 144: Ajuda a tomar a decisão certa e a acelerar uma resposta de trabalho. Restabelece a harmonia quando estiver contrariado.



Fique na Luz Divina !!!

*** O LÚCIFER DA CABALA ***

O Lúcifer da Cabala não é um anjo maldito e fulminado, é o anjo que ilumina e que regenera queimando; é para os anjos de paz o que o cometa é para as tranqüilas estrelas das constelações da primavera. a estrela fixa é bela, radiante e calma; ela respira os celestes aromas e olha com amor as suas irmãs; vestida com sua roupagem esplêndida e a fronte ornada de diamantes, ela sorri, cantando o seu cântico da manhã e da tarde; goza um repouso eterno que nada poderia perturbar, e caminha solenemente, sem sair do lugar que lhe é determinado entre as sentinelas da luz.
Contudo, o cometa errante, todo ensangüentado e desgrenhado, acorre das profundezas do céu; precipita-se através das esferas tranqüilas, como um carro de guerra entre as fileiras de uma procissão de vestais; ousa afrontar a espada flamejante dos guardas do sol, e, como uma esposa apaixonada que procura o esposo sonhado pelas suas noites de viuvez, penetra até o tabernáculo do rei dos dias, depois foge, exalando os fogos que o devoram e arrastando após si um longo incêndio; as estrelas empalidecem ao seu aproximar, os rebanhos constelados que pastam flores de luz nas vastas campinas do céu parecem fugir do seu sopro terrível.
O grande conselho dos astros se reúne, e a consternação é universal: a mais bela das estrelas fixas é, enfim, encarregada de falar em nome de todo o céu e propor a paz ao mensageiro vagabundo.

Meu irmão - diz ela - por que perturbas a harmonia das nossas esferas? que mal te fizemos nós e por que em vez de errar ao acaso, não te fixas no teu lugar na côrte do sol? por que não vens cantar conosco o hino da tarde, enfeitado, como nós, com uma roupa branca que se prende no peito por um broche de diamantes? por que deixas flutuar, através dos vapores da noite, a tua cabeleira, da qual escorre um suor de fogo? oh! se tomasses um lugar entre os filhos do céu, quanto parecerias mais belo! a tua fronte não ficaria mais inflamada pela fadiga de tua carreira inaudita; teus olhos seriam puros e tua fronte sorridente seria branca e avermelhada como a de tuas felizes irmãs; todos os astros te conheceriam, e, longe de temer a tua passagem, se alegrariam ao teu aproximar; porque estarias ligado a nós pelos laços indestrutíveis da harmonia universal, e a tua existência seria mais uma voz no cântico do amor infinito.

E o cometa responde à estrela fixa:

Não creias, ó minha irmã, que possa errar ao acaso e perturbar a harmonia das esferas; deus traçou meu caminho como o teu, e se a minha carreira te parece incerta e vagabunda, é porque os teus raios poderiam estender-se tão longe para abarcar o contorno da elipse que me foi dada por carreira. a minha cabeleira inflamada é o fanal de deus; sou o mensageiro dos sóis e fortaleço-me nos seus fogos para os partilhar no meu caminho aos novos mundos que ainda não têm bastante calor, e aos astros envelhecidos que têm frio na sua solidão. se me afadigo nas minhas longas viagens, se sou de uma beleza menos atrativa do que a tua, se o meu enfeite é menos virginal, não deixo, por isso, de ser, como tu, um nobre filho do céu. deixa-me o segredo do meu destino terrível, deixa-me o espanto que me rodeia, amaldiçoa-me, se não podes compreender-me: não deixarei, por isso, de realizar a obra que me foi imposta, e continuarei a minha carreira sob o impulso do sopro de deus! felizes das estrelas que repousam e que brilham, como jovens rainhas, na sociedade tranqüila dos universos! eu sou o proscrito que viaja sempre e tem o infinito por pátria. acusam-me de incendiar os planetas que aqueço e de atemorizar os astros que ilumino; censuram-me de perturbar a harmonia dos universos porque não giro ao redor dos seus centros particulares e os prendo uns aos outros, fixando meus olhares no centro único de todos os sóis. fica, pois, sossegada, bela estrela fixa, não quero tirar a tua luz tranqüila; pelo contrário, esgotarei por ti a minha vida e o meu calor. poderei desaparecer do céu quando me tiver consumido; a minha sorte terá sido tão bela! sabe que no templo de deus ardem fogos diferentes que lhe dão glória; tu és a luz dos candelabros de ouro, e eu a chama do sacrifício: realizemos nossos destinos.

Acabando estas palavras, o cometa sacode a sua cabeleira, cobre-se com a sua couraça ardente e se lança nos espaços infinitos em que parece desaparecer para sempre.

Eliphas Levi


Fique na Luz Divina !!!

*** EGO ***


Goya - Prisão Interior



Quem sou realmente?

Essa é uma velha pergunta. Aquela que as igrejas costumam afirmar ter a resposta. Colocam a divindade a qual cultuam no centro e respondem que somos simples criaturas. Olhamos para esse todo despersonalizado, ligado ao que podemos chamar de sociedade, ou um “Eu” coletivo, que se curva perante a moral, a ética, a estética, aos costumes coletivos. Todos seguindo um rumo geral, lutando para se integrarem e tomarem uma posição de destaque nesse mundo que nos foi legado. E que passaremos a frente, via a sempre sagrada família, para nossos descendentes.

Mas... Quem sou realmente no meio disso? Não existe resposta nesse esquema que nos é imposto. Não há como saber quem se é pela vida que levamos. Não há como saber quem se é aceitando essa vida que nos leva a um freqüente desequilíbrio.

Quem sou realmente?

Não é fácil saber. A resposta é individual. Precisa ser buscada individualmente. Lá no nosso íntimo. Em figuras que encontramos apenas em movimentos místicos, em religiões e cultos exóticos, em um mundo que é qualificado como escapismo, ou fuga de responsabilidades, como um ideal inatingível, como um mito tóxico.

Quem sou realmente?

Essa questão está cifrada em textos confusos, em filosofias orientais, nas palavras de gurus, de mestres de coisas estranhas, escritas de formas complicadas, quase indecifráveis, de uma forma que é sempre difícil de compreender. E o que devo fazer para encontrar a resposta de quem sou realmente? Existe algum roteiro? Alguma fórmula? Algum curso? Seminário?

Quem sou não é quem o outro é. Não há como descobrir a si mesmo, apenas olhando o caminho daqueles que encontraram o próprio. Temos apenas linhas gerais do que conseguiram. A narrativa de um estado. O estado que conquistaram ao encontrarem o caminho.

O princípio inicial é aquele em que deixamos de viver apenas para o mundo. Existe uma necessidade espiritual para uma busca. Uma busca que parece sem sentido. Entramos na busca sem saber onde iremos chegar. Até o momento em que a pergunta surge:

Quem sou realmente?

Andando por esse mundo complexo, de procura de si mesmo, vemos que as respostas dadas são insuficientes. Cada um passa por processos individuais, na busca e na procura por quem realmente se é. Perder-se nesses domínios é fácil. Dar voltas e não chegar a local nenhum, também.

Como encontrar a si mesmo? Apenas dentro de si mesmo.

Estudar ajuda. Conhecer o que dizem as diversas escolas, também. Falar com quem superou esse processo, igualmente. Pode ser essencial ou não, dependendo de cada um. Pois somos únicos.

Temos figuras separadas, sempre mal compreendidas, interessantes de serem percebidas em sua integridade. Existe o Self, ou Si Mesmo, o Eu Superior, o Segredo, nosso conteúdo “divino”. O Eu, ou o Puer, a Criança Divina e Solar. O Ego, senhor das Máscaras e da Persona. E a Mente.

É assim que viemos ao mundo.

Quem sou realmente?

Jung dizia que o primeiro passo é a dissolução da Persona. Daí começa o processo de encontro do Si Mesmo. Abandona-se o coletivo, tudo que não é nosso vem para a adequação ao mundo e a sociedade. O Ego impede a manifestação do Si Mesmo. Confunde-se achando que é tudo que existe dentro de nós. Crê ser real. Necessita de atenção para manifestar-se. Atenção tanto exterior, quanto interior. Coloca-se no centro dos caminhos internos. Atrapalha o correto funcionamento da mente. Entope nossas vias com pensamentos inúteis e repetitivos. Perde-se no eterno diálogo interior. Necessita interagir com as pessoas. Não compreende o silêncio, a si mesmo, ou o que existe fora. Não consegue compreender os outros, por não saber quem exatamente é. Olha para tudo como se fosse uma expressão de si. Onde vê, tudo espelha. É incapaz de ver o outro como esse o é, pois não consegue perceber nada a não ser a si mesmo. Não percebe o mundo, a mentira da sociedade, os jogos de poder, a necessidade de ser para os outros.

A grande falácia do mundo é construída por ser dominado por aqueles que não dominam a si mesmos. O ego e todas as personalidades existentes dentro de nós criam um estado de confusão eterna. Um estado de necessidade eterna de expressão, de dramas, de carências, de instabilidades infindas. Todos são apenas projeções. São aquilo que o mundo dos egos projeta. Como tudo que projetam na sociedade, que crêem ser, que lutam para construir. Constroem sempre em nome de algo. Mas esse algo nada mais é do que a própria confusão interna, o mundo sem controle do ego. Aquele vazio estranho, que gera angustia, depressões, medos, inseguranças. O mundo complexo e infantil egóico. Complexidade essa que é apenas aparente.

O ego não foi feito para comandar. É apenas parte e não o todo. E uma parte pequena, apenas uma ferramenta.

Quando o ego se torna o controlador, impõe um reino tirânico que não se mantém. Uma negação do Eu real. Ao mesmo tempo, uma caricatura desse mesmo Eu. Finge ser quem é, em nome de controle. Mas não é realmente. Quando as posturas do ego, normalmente falsas e errôneas, são postas sob pressão, ou questionadas de forma cortante, esse simplesmente reage de forma descontrolada, com o intuito de se preservar. Assim, o ego manipula qualquer forma de auto-conhecimento real. Distorce, absorve, imita, tenta ser. Não o consegue realmente. Cria personalidades de cristal, belas e quebradiças. Inexistentes realmente. Impossíveis de se sustentar, quando o golpe é preciso.

O ego não resiste a análise. O ego demanda toda a atenção. Gosta de ser analisado. Gosta de saber sobre ele. Molda-se para ser aquilo que dizem que ele possa ser. Imita e mimetiza. Faz de conta. Diz que vai melhorar. Diz que vai colaborar. Até o tenta. O ego sempre quer evoluir, melhorar, conhecer mais. Tudo em nome de se manter no controle.. Controle que foi cedido. Mas pode não ser eterno.

Quem sou realmente?

Não, não sou essa imagem refletida no espelho. Não sou aquilo que sempre julguei ser. Não sou isso que estou vendo. Lá no fundo dos meus olhos, vejo outra pessoa. Uma pessoa que por vezes aparece em algumas fotos. Pode ser que admire essa pessoa, pode ser que a tema. Não consigo ser indiferente a ela. Em algum local, existe um outro Eu. Em algum local perdido dentro de mim.

Quando aparece essa reflexão, o ego reage. Volta-se contra si. Teme perder o controle, faz tudo para se manter dominando. A parte controla o todo. É a luta do Si Mesmo. O real dentro de si, aquele que é bestial e instintivo, contra aquele que se diz humano, cheio de valores.

E os valores começam a ser quebrados. A moral torna-se um fardo, uma ilusão, algo irreal, criado por irreais. Coletiva, inexistente, uma forma de controle. Algo que o controlador usa para se manter no poder. Moral que cria leis, que rege a sociedade dos vencidos pela parte, vivendo em nome de mentiras, surrealidades, ilusões.

O mundo de ilusões do ego. O mundo irreal coletivo. A prisão real.

Conhecer a si mesmo, é manifestar a si mesmo. É conviver consigo mesmo. Não existe fórmula lógica. Não existe explicação. É ser. Apenas e tão somente. Quem se é, não se expressa. Apenas se é.

Ali no fundo, sentado em uma sala escura, apenas observando, esperando para tomar o verdadeiro controle. Ali está quem se é.

Em volta, o controle de quem não controla. De quem não é. De quem finge ser.

O Puer, a Criança Solar, aquela que realmente conhece o Si Mesmo. Onde o Si Mesmo se manifesta. O fenômeno do Si Mesmo. O fenômeno do Eu Mesmo. Sem crises, traumas, jogos, impossibilidades.

Encontrar ao Eu corresponde a penetrar em um oceano de possibilidades. Algo mais que Quântico. Algo incontável. Descobrir tudo que se é. Tudo que realmente se gosta. Tudo que realmente dá prazer, força, beleza.

Quem sou realmente?

Apenas seja.



Fique na Luz Divina !!!

*** APEGO - OITO PASSOS PARA SOLTAR AS AMARRAS ***


ESPIRITUALIDADE
Desgrude-se do apego

Na língua portuguesa, a palavra apego tem até uma sentido positivo. Ele é tão apegado à famí­lia..., se diz no interior de São Paulo e Minas Gerais. Já o contrário, o desapego, é malvisto: Ele é completamente desapegado, não liga para nada... Mas o apego, na linguagem budista e cristã, tem outro significado. É algo opressivo, que nos asfixia e aprisiona, sem mesmo termos consciência. Apego é o maior sinônimo de sofrimento e sua maior causa, sintetiza o filósofo indiano Krishnamurti no livro A Mutação Interior (ed. Cultrix).

Desapegar-se, portanto, é liberar-se do apego. É, literalmente, soltar-se do laço que nos sufoca. Algo que traz alívio interno, paz de espí­rito, uma alegria que relaxa. O problema é que não percebemos que existe o laço. Pensamos que não podemos viver sem aquilo, que na verdade é uma grande fonte de angústia, reconhece a socióloga Fátima Souza Murtinho, de Belo Horizonte. Como perceber se estamos apegados a algo? Apego é atribuir exagerada importância a um objeto, uma situação ou uma pessoa, explica a psicóloga Bel Cesar, diretora do Centro de Dharma da Paz, em São Paulo. Em outras palavras: apego não é uma manifestação de amor, mas de posse, um desejo incontrolável de conservar algo para sempre.

Tudo muda o tempo todo. Sofremos e nos inquietamos só de pensar em nos desapegar de algo, reconhece a psicóloga. Ficamos dependentes, vulneráveis. Nem percebemos que somos nós mesmos que atribui­mos tantas qualidades aquilo que nos prende, exagerando sua real importância, explica Bel Cesar. E fazemos isso o tempo todo, dizem os budistas, tanto com as pessoas a quem queremos bem como também com aquelas a quem odiamos. É mais fácil até nos apegarmos as emoções negativas do que as boas memórias. Podemos ficar anos remoendo algo que alguém disse e nos magoou.

As filosofias e religiões orientais reconhecem que somos uma coleção ambulante de apegos: aos nossos hábitos, as nossas pequenas manias, ao que consideramos certo e errado, ao que achamos que somos. Simplesmente nos recusamos a mudar “ até que a vida dê um jeito de nos obrigar a fazer isso. Foi o que aconteceu com a administradora paulista Márcia Silva. Aos 27 anos, com três filhas pequenas (a menor com 9 meses), ela teve que modificar totalmente seu estilo de vida quando o marido adoeceu.

Deixava as crianças com os vizinhos para levá-lo ao hospital, para sessões de hemodiálise. Aprendi a negociar as contas atrasadas. Abdiquei da perfeição, conta. A dificuldade da situação a suavizou por dentro e a despertou para a vida. Mudei muito. Hoje interajo mais com a vida, com aquilo que se apresenta a cada momento. Procuro estar sempre aberta para o mundo, tanto para a beleza como para o sofrimento, diz Márcia. Ela recolhe gatinhos abandonados“ mesmo que para bagunçar a arrumação da sala“, para de reclamar de dor da perna quando vê alguém na cadeira de rodas. Desapegar-se é um eterno aprendizado, que dura toda a vida, admite ela.


Sentimento que cola
1. Medite em que situações você se sente preso, asfixiado.

2. Reconheça seu apego. Essa consciência é vital para a mudança.

3. Procure experimentar pequenas ações de desapego. Doe objetos, desista de uma mania, mude um de seus hábitos. Não use doenças para obter atenção das pessoas.

4. Desperte e interaja com o mundo. Participe de uma campanha de solidariedade, ajude quem está precisando em seu círculo de amigos.

5. Imagine-se livre de seu objeto de apego e sinta-se feliz por conquistar a liberdade. Prove essa sensação quantas vezes quiser. Ela abrirá caminho para suas futuras decisões.

6. Não tenha medo. Veja o que pode mudar em sua vida, sinta curiosidade por outras maneiras de viver. Compartilhe seus bens, suas alegrias e seus sonhos.

7. Se necessário, procure ajuda nos grupos espirituais ou de apoio psicológico para tomar decisções importantes.

8. Medite. A meditação acalma a mente, e essa tranquilidade é a base para livrar-se dos apegos.Todo mundo já ouviu alguém dizer: Sou tão desapegado, para mim nada tem valor...Nada mais falso. Desapego nada tem a ver com indiferença. É uma ilusão acreditar que o desapego é apenas uma renúncia aos bens materiais, explica Oddone Marsiaj, instrutor de meditação e diretor do grupo budista Shambhala do Brasil. O verdadeiro desapego é renunciar à cola que nos gruda a objetos, situações e pessoas. Podemos usufruir de tudo isso, mas sem grudar ou se deixar aprisionar-se, salienta.
Desapegar-se, portanto, não significa abdicar dos prazeres “ter uma casa nova, usar um belo vestido, saborear uma refeição deliciosa ou mesmo se apaixonar intensamente por alguém". Podemos ter o que quisermos, mas sabendo que também podemos abrir mão de tudo, se necessário, explica ele.

Já o falso desapego, aquele que faz desistir da vida e dos outros, pode esconder um amargor profundo, um sentimento de impotância e injustiça. Nesse caso, o rótulo de desapego serve apenas como desculpa para encobrir dificuldades com a parte concreta da vida, continua o instrutor. O raciocí­nio é simples: já que não consigo ter os bens que desejo, renuncio a tê-los. Ou melhor, penso que desisto, esclarece. Na verdade, o desejo continua existindo, só que reprimido, sufocado, gerando frustrações, diz Oddone.

O falso desapego também pode ser usado como uma máscara para a arrogância. Nesse caso, as pessoas se vangloriam de sua própria condição espiritual: se julgam desapegadas, como se fossem mártires. Santo Agostinho (354-430), um dos maiores teólogos da Igreja Católica, afirmou que esse é um dos maiores pecados que podem existir , ele o chama de "o orgulho dos santos".

Essa pretensa espiritualidade não passa de expressão do ego, de vaidade, frisa Oddone Marsiaj. Pode até se transformar num instrumento para manipular e influenciar os outros. O verdadeiro desapego é resultado da sabedoria, da compreensão do que é a vida. Aprendemos, por meio dos ensinamentos espirituais ou pelas nossas próprias experiências, que tudo nesse mundo é impermanente, que as coisas sempre mudam e se transformam, e que ficar grudado a situações, pessoas, sentimentos ou hábitos torna-se apenas fonte de dor e angústia. Compreender e aplicar esse princí­pio à vida nos libertará, finaliza Oddone Marsiaj.


Fique na Luz Divina !!!